A sensação de vida estagnada. A difícil tarefa de ser autor de sua própria história.

Muitas vezes queremos crescer. Reclamamos da nossa condição atual, reclamamos que não conseguimos avançar. Parece que as coisas simplesmente não andam, que não conseguimos evoluir. Queremos muito que as coisas aconteçam, mas, por alguma razão que não sabemos qual, as coisas não acontecem. Apesar de nossos esforços, apesar de nossa persistência, de nosso trabalho, de nosso empenho. A coisa simplesmente parece não fluir.

E não entendemos o porquê. Ficamos frustrados, irritados, brigamos, desistimos, depois retomamos, insistimos e nada! Parece que estamos estancados. Como se tivéssemos com uma âncora de mil toneladas presa ao pé, nos puxando e nos fixando ao fundo, nos impedindo os movimentos. Por mais que você nade, você não consegue sair do lugar.

Aí, de repente, do nada, assim do nada mesmo, a coisa melhora um pouquinho. E você fica todo contente. E pensa: Nossa! Agora sim! As coisas estão melhorando. Me desesperei à toa. Era só questão de persistência. Mas aí o tempo passa, aquela pequena melhora não evolui. Você continua no mesmo patamar. A melhora foi tão pequena que rapidamente ela se torna insignificante. Isso quando você não a perde com facilidade. E você continua com aquela sensação de fracasso, de frustação, de estar emperrado no mesmo lugar. Pensando:

Onde foi que eu errei? Ou: O que estou fazendo de errado?

Sem entender o que está acontecendo.

Pois bem, se esse sentimento lhe é familiar, então este texto é para você. Continue lendo para descobrir novas perspectivas sobre esse assunto. Mas já lhe aviso que não será uma leitura fácil. Você irá se deparar com questões espinhosas que anda evitando há muito tempo. Com circunstâncias desconfortáveis e que por isso mesmo você anda fugindo de encará-las. São essas questões nada fáceis que estão lhe impedindo de ir além. Então, se você está disposto a sair de sua zona de conforto, seja bem-vindo ao texto! Mas venha de coração aberto! E, antes de brigar com texto e de ficar com raiva de mim, respire fundo e tente fazer uma reflexão sincera! Não é fácil! Mas acredite em mim: vale a pena! E como eu sei que vale a pena? Este texto é sobre mim! Enquanto não encarei meus fantasmas, não pude efetivamente continuar! Então vamos lá!

1) Pare de dar desculpas e saia da posição de vítima

É isso mesmo! Saia da posição de vítima! Mas você vai dizer: mas eu não me coloco na posição de vítima! Será mesmo? Bom… Então vamos ver alguns exemplos. Será que você nunca olhou para o próximo e pensou: se eu tivesse estudado na escola que ele estudou, teria conseguido passar para aquela faculdade que ele passou. Se eu tivesse dinheiro, teria feito intercâmbio e conseguiria aquele emprego com inglês fluente. Se eu conhecesse o fulano teria conseguido aquele emprego. Para você é fácil falar, você é rico! (Essa é a minha preferida!). Ou coisas menos clichês e mais cotidianas talvez: Se eu tivesse um carro, chegaria em casa mais cedo e aí eu teria tempo para fazer aquele curso de inglês. Se eu não trabalhasse tanto, iria a academia. Se eu tivesse a sorte que você tem de morar perto do trabalho, eu também correria antes de ir trabalhar. Eu não tenho dinheiro, eu não tenho tempo, eu não posso isso… Já deu para entender, né?

Todos nós em algum momento de nossas vidas nos colocamos na posição de vítima. Então, se você não parar com esse eterno muro das lamentações e encarar a realidade dos fatos não conseguiremos prosseguir, ok? Falei que o texto não seria fácil! Então seja franco consigo, pare com as desculpas que você dá a si mesmo, e siga em frente! Sem essa de eu sou desafortunado! Você nasceu sem saber andar, sem saber falar e teve que se esforçar para aprender essas coisas. Com o conseguir dinheiro, sucesso, amor e felicidade não é diferente. Todos que hoje têm algo foi porque lutaram e ainda lutam muito por isso! Mesmo que ninguém veja ou queira ver! Então jogue essas desculpas na lixeira e mãos à obra!

2) Desapegar e dar o primeiro passo para ser autor de sua própria história

Se tem uma coisa que deixa uma pessoa mais emperrada do que ela já está é o fato dela se apegar ao que ela quer mudar. Mas você vai pensar: é óbvio que, se ela só tem aquilo, ela vai se apegar, mesmo que não seja a situação desejada. Senão ela vai ficar sem nada. E é exatamente aí o ponto central da questão. O ponto crítico do texto. O ponto mais contraintuitivo e que fará você efetivamente sair de onde você está e ir para onde você quer ir. Vamos por partes porque o assunto é grande e complexo:

Vamos começar respondendo a umas perguntas simples:

  • Você quer que as pessoas confiem em você?
  • Você quer que as pessoas te valorizem e valorizem o seu trabalho?
  • Você quer mudar o seu estado atual?

Tenho certeza que você respondeu sim para a maioria das questões acima. Agora e se eu lhe perguntasse:

  • Você confia no outro?
  • Você valoriza o trabalho do outro?
  • Você está se comportando de forma a mudar o seu estado atual?

Agora responda essas perguntas com toda a sinceridade. Lembra do tópico um, das desculpas? Pois é! Ele será importante aqui! As desculpas entrarão com tudo aqui. Lembra que as jogamos na lata de lixo? Não vale ir lá na lixeira catá-las de volta, hein!

Porque costuma ser assim! Esperamos do outro o comportamento que queremos, mas dificilmente temos a iniciativa de agirmos como gostaríamos que agissem conosco. Queremos que o outro confie em nós, mas sempre é bom ficar de olho com os espertalhões. Queremos que nosso trabalho seja valorizado, mas o outro sempre cobra caro para fazer aquela coisinha à toa. O curioso dessa história é que para aquela coisinha à toa que é cobrada tão caro foram exigidos 5 anos para se graduar, 2 para se pós-graduar, mais fins de semanas estudando, mais horas de sem dormir… Ou anos de prática e trabalho árduo, horas de perícia para dominar a técnica com maestria. Assim como foi exigido de você todo esse esforço para que o outro ache caro o seu trabalho. Então pense com sinceridade em quando você levou seu carro ao mecânico, quando levou sua roupa à lavanderia, quando contratou um bombeiro para sua casa, ou mesmo um dentista, um fisioterapeuta, um psicólogo…. Vai dizer que você nunca achou caro um serviço e deu aquela choradinha básica?

Você precisa primeiro desapegar do conforto de receber e começar a dar. Começar a valorizar o outro, distribuir gratuitamente seus dons, seus afetos, seu carisma, o que você tem e faz de melhor. Precisa primeiro valorizar o que há no outro, o trabalho do outro, o esforço do outro. Ser generoso, ser abundante, para receber abundância e generosidade.

3) Abra mão das migalhas para conquistar a abundância.

migalhas

A essa altura você já percebeu que o buraco é mais embaixo. E que ter uma vida próspera e abundante não é algo que ocorre milagrosamente e por sorte. É algo que exige muito trabalho, esforço e principalmente muita coragem de se abrir ao desconhecido.

Então, para se conseguir alcançar o que tanto busca é necessário deixar ir o que você tem hoje. Abrir mão do que lhe é familiar, que lhe faz mal, mas que lhe é conhecido. É preciso abrir mão, exatamente para a mão ficar livre para receber outras coisas. É preciso deixar fluir. O rio flui em uma represa? Pois é! A sua vida também não vai fluir se você não abrir suas represas tão cuidadosamente construídas e protegidas.

Eu avisei que o texto não era fácil! Mas tenho certeza que poderá impactar a sua vida positivamente se assim você permitir.

Agora faremos o mesmo exercício com essas duas perguntas:

  • Você quer abundância?
  • Você espera que as pessoas sejam generosas com você?

Agora responda você essas outras duas perguntas:

  • Você age com abundância?
  • Você é generoso com o outro?

Essas últimas perguntas são, sem dúvidas, as mais polêmicas e a mais difíceis de todas. A essa altura você já deve ter entendido que aquela frase antiga:

“É dando que se recebe” não só é algo desejável, mas é uma máxima a ser cultivada e vivida em seu extremo.

Mas atenção! Para entender como vivenciar isso é necessário entender também as seguintes frases:

“Dar sem esperar nada em troca” ou “Fazer o bem sem olhar a quem”. E isso por quê?

Porque você vai encontrar muitas pessoas que estão vivendo exatamente do jeito que você vive agora. Esperando receber primeiro, antes de dar. Esperando que confie nelas antes de confiar. Esperando que você dê o primeiro passo antes que elas deem o passo. E essa espera pode demorar. E demorar muito! Então, se você for tomar as suas ações esperando uma reação do outro, então dificilmente você conseguirá avançar rumo aos seus objetivos. Você continuará lá no modelo mental vitimista, utilitarista, querendo que as coisas aconteçam para você. Esperando o primeiro passo do outro, esperando ter tempo, ter dinheiro. Esperando as condições ideais que nunca virão. Esperando, esperando, esperando…

Quando você começa a entender que você precisa ser a pessoa a dar o primeiro passo, que você precisa se tornar o que gostaria de ver no outro, aí sim! Aí as coisas começam a mudar de verdade. Se você quer realmente mudar algo, você precisa sim abrir mão disso que hoje não lhe faz tão bem. Você precisa deixar isso que você quer mudar ir embora. Você precisa deixar isso partir. E dar o primeiro passo rumo a mudança que você deseja. Tomar essa atitude nunca é fácil nem simples. Precisa coragem. Mas é a condição para mudança.

Aí você vai pensar: mas é muito arriscado. Eu tenho tão pouco. Se eu deixar isso ir embora, ficarei sem nada. Sim, é verdade. Talvez você tenha a sensação de ficar sem nada por um tempo, mas como algo novo poderá surgir se não houver espaço para ele? Como você vai colocar a sua Ferrari na garagem se o seu Fusquinha está lá ocupando a única vaga? Você teria que vender o fusca antes, não concorda? E assim é com tudo na vida! Se não somos efetivamente generosos, se nos apegamos às migalhas com medo de passar fome, nunca seremos capazes de enxergar o pão que está esfarelando e produzindo as migalhas. Se só olhamos as migalhas que caem, se só mantemos os olhos a altura dos nossos umbigos para enxergamos as nossas migalhas que nos são tão caras, nunca elevaremos a cabeça para olhar além e ver o pão que esfarela essas migalhas e que está ali, bem a nossa frente, disponível e acessível a nós. Basta sabermos para onde olhar!

Por isso é tão importante abrir espaço para o novo. Se você ocupa todos os espaços com o antigo, o novo não encontra lugar. Se você ficar esperando o antigo mudar sozinho, esperando ele ir embora espontaneamente, você não irá sair do lugar. Cabe a você tomar as decisões importantes e todas as atitudes necessárias para realizar a mudança e agir. Agir em prol do que acredita. Agir em prol da realização dos seus sonhos!

Nem sempre é fácil fazer esse movimento sozinho. Requer muito autoconhecimento, muita disposição de se perceber no processo. E nós precisamos do outro para nos perceber. Pois é o outro que nos dá a medida de nossas ações. Se você está com dificuldades de se perceber e colocar em prática o que foi visto no texto não hesite em investir em seu autoconhecimento. Ele é a chave para as transformações positivas em sua vida.

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Raquel Sá
Raquel Sá

Raquel participou da 4ª turma da Formação em Coaching Psychology (Rio de Janeiro). Psicóloga (CRP 05/36417) e Coach, oferece orientação psicológica e coaching de forma online. É idealizadora e fundadora da Lar Além Mar, um espaço destinado a contribuir com brasileiros que vivem no exterior. Seu objetivo é ajudar a lidar com emoções e sentimentos muitas vezes conflitantes, típicos dos expatriados, contribuindo para que tenham uma adaptação mais tranquila e uma melhor qualidade de vida.



Formação em Coaching exclusivamente voltada para psicólogos formados. Temos o objetivo de capacitar psicólogos a atuarem também como coaches, porém fazendo uso de todo o conhecimento em Psicologia já adquirido ao longo da graduação.

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